quarta-feira, abril 12, 2006

XI
Estou a sofrer, felizmente estou a sofrer. Já alguma vez depararam-se com pessoas que vivem sem sequer viver? E mais, preferem viver desta forma! Inconscientemente não sabem que são zombies, mas como se chamam aqueles que não se aproximam muito dos outros porque podem ser desiludidos, não amam muito porque podem ser magoados, não choram porque fica mal… Por vezes parecem isso, ainda a semana passada estive a discutir com uma amiga sobre este grave problema cultural. Sim cultural, porque se atravessarmos o atlântico Pedro Alvares Cabral ensinou o contrário em lindas terras de Vera Cruz. No entanto essa amiga disse-me com toda a razão, que era uma questão de escolha. E cada vez estava mais certa de que era o caminho certo. Porquê, para quê, a eterna procura do Ideal? E A VIDA? VIVER sim, esse pormenor que é a tua vida e só tens uma. Aquilo que não vives hoje nunca mais vais viver amanhã. Sim vivam, eu estou a viver, melhor SINTO-ME VIVO. Já tiveram uma vida “aparentemente” perfeita, e acordaram algum dia a pensar “outra vez a mesma coisa”. Não meus amigos, não é monotonia. Eu enganei-me durante muitos anos a pensar que era monotonia. Não é, é falta de sentimento, é falta de amor, é ter medo de sofrer pela perca, de chorar com emoção, de amar com toda a força. Quando se têm isso, as manhãs são mais leves, os dias mais suaves e as noites mais tranquilas. É triste pensar que daqui a uns tempos essa minha amiga vai pensar, “Eu não vivi, estive a fazer o quê este tempo todo?” Liga para o amigo a dizer que faz falta, liga para a amiga a dizer que tem saudade. Dar prazer a todas as pessoas que nos rodeiam e nos fazem bem. Um dia vão chegar lá, mas nesse dia já perderam vida que não pode ser jamais recuperada.
EU VIVO, NÃO É POR VÍCIO NÃO É POR NADA. É PORQUE VEJO NO FINAL DA VIDA, TODA A FELICIDADE DESEJADA.

Paulo Jorge Rua
AVEIRO, 12 Abril 2006


TITÃS – Epitáfio

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o Sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Devia ter aceitado as pessoas como elas são
A cada um cabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o Sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Devia ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe a alegria e a tristeza que vier

quinta-feira, março 23, 2006

X

Ainda esta semana deparei-me com um artigo num jornal deveras alarmante. A
sociedade actual descobriu que existe um novo "vírus" muito perigoso que
está aos poucos a corromper e modificar hábitos sociais bastante
enrraizados. Chamavam-lhe "O complexo da falta de felicidade". Parece que
nos dias de hoje os animais racionais deste planeta (tema para meia dúzia
de dissertações) estão a alterar o seu comportamento diário com o simples
facto de que se lembraram que querem ser felizes...Pior do que isso, como
qualquer "doença" do foro psicológico (leia-se da tola), cada vez que se
mentalizam que algo não está correcto, a doença agrava-se mais, levando
pessoas a abandonar vidas de abundâncias e de sucesso por uma busca
utópica de encontros transcedentais (como a andropausa, cada vez que
pensamos nisso menos ele levanta...). Existe um exército infinito de
psicanalistas a procurar causas e soluções "hollyhoodescas" para resolver
este caos nos nossos dias...

Entre as causas implícitas neste problema conta-se a quebra de poder da
religião na nossa sociadade, ou seja deixamo-nos de voltar para Deus
(qualquer que ele seja) e o procurar uma desculpa e um culpado para todas
as nossas frustrações e fracassos, levando-nos a deparar com um problema
que temos entre mãos e TEMOS que o resolver. Acabou o "estava escrito lá
em cima" para o que vou fazer para resolver o assunto. Eu e o meu
umbigo...

Poderá tambêm ser uma nova geração que dúvida e questiona tudo, mesmo as
regras impostas por uma sociadade amarrada a conceitos pré-establecidos e
cujo control começa a escapar das mão dos poderes regentes. Será a idade
dos porquês a transformar-se na era dos porque não? Será a ambição
desmesurada sempre alimentada por exemplos fictícios que entram nas nossas
casas todos os dias através de um mundo fictício televisivo? Será um
existencialismo exacerbado elevado ao potencial logaritmico do possuir e
não ter?

Outra das opções que se apresenta é simplesmente o sindrome ter sido
criado por expeculações inexistentes, e ter sido alimentado por uma
procura desenfreada de conhecimento. O facto de a qualidade de vida e o
nível de vida ter aumentado, conceitos quanto a mim bastante ambíguos,
eleva-nos para a redefenição de novos conceitos talvez confusos e
confundidos com a procura de felicidade. Ser feliz hoje em dia não é
possuir um bom emprego, ter uma estável relação amorosa e condição
financeira favorável. Ou sempre foi e sempre o será?

Qualquer que seja a explicação que cada um encontre, ou a forma de vida
feliz que cada um molde, será mais importante no existencialismo salientar
que o que somos, de onde viemos e para onde vamos existe á milhares de
anos. Embora as dores dos outros sempre nos parecem mais pequenas, é
verdade que há uma infinidade de obras publicadas sobre o assunto ( leiam
por exemplo Soren Kiekegaard um dos primeiros existencialistas
conhecidos1) e o conceito não é novo mas sim transformado e adaptado aos
nossos dias.

A felicidade existe, vê-se estampada nos rostos que sorriem. Talvez seja
momentânea e o erro será pensar que a devemos tornar prepétua. Talvez
surja fugidia num orgasmo trascedental, num passeio de barco pela
plenitude oceânica ou simplesmente num jantar com os amigos nos raros
momentos de lazer. Talvez seja como uma droga que por momentos nos faz
radiantes e esqueçer todos os problemas passados 10 segundos atrás. No
entanto a procura continua para que sejam cada vez mais frequentes esses
segundos de felicidade. De vez em quando caímos no erro de reflectir sobre
o porquê deles acontecer e depois marterizamo-nos com o facto de não os
termos aproveitado ao máximo.

Se dizemos que não somos felizes é porque sabemos o que é ser feliz!
Existe um termo de comparação? Então lutem por ele...


Paulo Jorge Rua
Colónia, Amsterdão e Gotemburgo, 11 de Março de 2002.
IX

E eis que é chegado um novo ano! Um novo alento, uma nova esperança ou um novo suspiro.
Mais do que a transição do dia 31 para o dia 1, chegamos a um ponto de balanço, de novas resoluções que serão sempre adiadas, ou decisões que sempre havemos de empurar para um futuro inexistente. Temos 1 ano para cumprir, e sempre poderá passar para o próximo...

Escondemo-nos sobre uma carapaça de falsas perspectivas, desejamos que o nosso mundo gire a um novo ritmo, no entanto jamais teremos a coragem de alterar as pautas. Os instrumentos continuam melancolicamente a arrastar-se em sustenidos e dós menores, tornando o dejavú parte integrante da nossa sinfonia. MUDA-ME ESSA MUSICA, POR FAVOR!

Muda, por vezes ela muda... Efusivamente alegro-me porque para algumas pessoas muito queridas, este ano a sua musica vai mudar. Será melhor, pior, igual? Não, igual nunca será. Alguns violinos a mais no ínicio, com permeio de tambores, mas seguramente a musica vai ser alterada.

Casamento! Deveria ser uma palavra acrescentada nos alfarrábios de Medicina na secção de fobias. Não será propriamente ao acto em sí, mas ao facto de dois seres humanos decidiram respeitar normas impostas pela sociadade, simplesmente porque existem um número maior de afinidades que os unes. Alguns pobres de espírito, gostam de fechar o quarto da receosa realidade e resumem esta complexa interacção a uma palavra bastante fútil; Felicidade!!! Nunca comprei....

O mundo assemelha-se a um puzzle, em 3 biliões de peças tentamos encaixar duas! "Os olhos ao pé da boca, mas isso não encaixa!" A pretenção será demasiada, ou tal a teoria da evolução das espécies encontrará os mais adaptados e menos revoltados? Penso que o problema não será acreditar que as peças encaixam, mas sim desistir de acreditar. Acham que D. Quixote acreditava mesmo nas suas grandes batalhas edílicas? Até não faltava a musa imaginária da procura infinita!!! Não a teremos todos?

Vale a pena fechar os olhos e latejar numa supérfula alegria? Fica ao critério de cada um... Agora sinto um aperto no peito de alegria, algumas peças vão encaixar e eu acredito no ínicio do puzzle. Partem para uma nova luta, novas descobertas e desafios. Tudo muda, a vantagem poderá ser aproveitar o que muda para melhor.

Felicidades para quem tem a coragem de mudar....

Paulo Jorge Rua
Gotemburgo, 12 Janeiro 2002

Obrigada pela mensagem Sra. Dra.
Vivo o Muerto?
>
> Muere lentamente quien se transforma en esclavo del
> hábito, repitiendo todos los días los mismos
> trayectos, quien no cambia de marca, no arriesga el
> vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.
>
>
> Muere lentamente quien hace de la televisión su guru.
>
> Muere lentamente quien evita una pasión, quien
> prefiere el negro sobre el blanco y los puntos sobre
> las "ies" a un remolino de emociones, justamente las
> que rescatan el brillo de los ojos, sonrisas de los
> bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
>
> Muere lentamente quien no voltea la mesa cuando está
> infeliz en el trabajo, quien no arriesga lo cierto por
> lo incierto para ir detrás de un sueño, quien no se
> permite por lo menos una vez en la vida, huir de los
> consejos sensatos.
>
> Muere lentamente quien no viaja, quien no lee, quien
> no oye música, quien no encuentra gracia en si mismo.
>
> Muere lentamente quien destruye su amor propio, quien
> no se deja ayudar.
>
> Muere lentamente, quien pasa los días quejándose de su
> mala suerte o de la lluvia incesante.
>
> Muere lentamente, quien abandona un proyecto antes
> de iniciarlo, no pregunta de un asunto que
> desconoce o no responde cuando le indagan sobre
> algo que sabe.
>
> Evitemos la muerte en suaves cuotas, recordando
> siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor
> que el simple hecho de respirar. Solamente la ardiente
> paciencia hará que conquistemos una espléndida
> felicidad.
>
>
> Pablo Neruda
VIII

Hoje paramos para olhar um bocadinho em redor do nosso humbigo. A tentação de olharmos só para ele é muita certamente, no entanto procurem desviar a atenção para os pedaços desventurosos e tardiamente apreciados que giram á sua volta.

Cariciosamente denotamos vida, alegria ou até mesmo palpitação teatral eufusivamente celebrada. Existe, é verdade, existe vida para alêm do humbigo...Como é possivel, séculos de ignorancia repressiva e falsamente alimentados? Existe é verdade!!!

Por vezes, quando a nossa banal existência nos prega uma retardada partida, revemos precipícios e labirintos que julgamos nunca poder sair. Errantes estaremos, ao viver á procura da porta, trepar escarpas abissais na escalada do infinito.

Não, não existe saida, não existe ponte para um mundo melhor!

Já passaste a saída, estás com aqueles que gostas, que partilham a dor, a saudade e o desespero. Esta será sempre a tua liamba pendurada num ramo podre, ameaçando partir qualquer deste dias de maior tempestade! Mas quando partir, saltarás para a próxima porque a queda será sempre
intemporal até segurares a próxima corda.

Vivemos nesta pequena esfera azul de ingratos, onde questionamos diáriamente o valor das nossas acções. Questionamos a amizade porque o telefone demora a tocar, questionamos a boleia cujo atraso poderá destruir 10 minutos de futebol, questionamos o dinheiro porque o alheio será sempre sobrevalorisado, questionamos o amor porque a distância será sempre amargurada...

No entanto ao ligar recebemos um saudoso abraço, no final do caminho somos surpreendidos e o respasto está soberbo, o papel desfalece entre consumismo fútil e a distancia nunca enclausurou o coração...Tudo isto por um maravilhoso e magnificiente HUMBIGO...

"Não procurem alguêm com quem consigam viver,
Procurem alguêm que não conseguem viver sem..."


Paulo Jorge Rua
10 000 mtrs algures sobre frança, 22 Novembro 2001
VII

Hoje tristemente descobri que "desaprendi" a amar!!!

Durante variáveis momentos surgiu-me sempre a ideia de uma realidade fugaz, em que buscamos sentido no nosso dia a dia monótono e muitas vezes "aparentemente" irreversível.

Escondemo-nos sempre em certezas falsas que a filosofia popular é pródiga. Certezas como: " Não há bem que sempre predure, nem há mal que nunca acabe" desviam-nos para um caminho torturoso num estado latente de "estúpidamente felizes".
Felizes serão aqueles que deglutidos nas suas cavernas, resistem aos de onde e para onde?

É seguramente realidade irredútivel que os grandes "humanos" criativos tiveram vidas turbulentas e intensamente sofríveis! É realidade irredútivel que os caminhos escolhidos serão sempre dúbios, até pela própria questão da escolha!

Paulo Coelho defende que a escolha será somente errada quando esta é questionada, levando-nos a um ambígua definição de correcto e falso. Será que o conceito é somente criado pela nossa interpretação emocional? Se assim o for, impomos á nossa auto-confiança um papel altivo e ao nosso ego o leme da nossa básica existência.

Poderemos confiar ás nossas hormonas o sentido híbrido do nosso futuro? Poderemos amar, criar, sofrer ou simplesmente sorrir suspensos numa realidade tão friamente ciêntifica?

Amar, sentir falta? Amar, saudade? Amar, desespero? Amar?? Não passará somente de uma colmeia de sentidos, escondidos nos seus favelos até descobrirmos cada um deles bocadinho por bocadinho?

Perguntem o que é amar ao dia a dia quotidiano!Perguntem o que é amar á distância! Perguntem o que é amar! PERGUNTEM, vá atrevam-se...

Definitivamente mais fácil virar a cara, não confrontar, refugiar-se na alegria exporádica e invariávelmente cruel. O equilibrio quebra-se e procuramos sempre a ordem dentro da anarquia. Quando despertamos procuramos sempre o próximo Valium que nos ajude voltar......ONDE?


Quando eu sonhava, era assim
que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
Essa imagem fugidia
Que nunca mais pude alcançar.
Para quê?-Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava - mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor não a conhecia...

"Folhas Caídas"
ALMEIDA GARRETT

Colonia, 24-08-2001
VI

Hoje visitamos um mundo surreal! Louco, anarquista, perigoso e extra-terreno. Talvez um sítio bastante apreciado para se ver na televisão, na tranquilidade da nossa casa e bem aconchegado...

Pela minha experiencia o que nos aparece na pequena caixa está um bocado distante da realidade. As roupas, as pinturas, o estado de espírito são bastante empolgados, bem como a quantidade de "pretensos" desordeiros. O que vi foi uma multidão de pessoas amiúdamente mascaradas, com bastante espírito para dançar e alguns "extra-terrestres" sem roupa, independentemente de raça, cor ou preferencia sexual. Tudo para todos os gostos...

Milhares e milhares de pessoas saltado ao som de batidas extasiantes, devorando todos os espaços e assimilando todos os espectros que se lhes presenteavam. Enfim muita "curtição".

Pode-se dizer que a cidade que um dia esteve separada, une-se para se libertar de todos os dogmas até aí acumulados durante vários meses. Para aqueles que fazem parte do universo de sortudos, tendo o prazer de disfrutar das tão bem afamados "Cortejos das Quimas", desculpem "Cortejo da gata" (e viva o minho), o sentimento é exactamente igual. Havendo um pequeno senão, a existencia de algumas substâncias não aconselhadas pelo governo. Talvez seja a manifestação em que se consome mais litros de água, não sei porquê!!

Aconcelho a todos experimentar viver 2 dias de pura agitação, alegria e exaustão. Podem ir acompanhados, pois ao contrário das pessoas que se encontram alteradas pela influência do álcool, aqui ninguêm se mete com ninguêm e tudo funciona numa base bastante pacífica.

AMOR, o espírito será sempre AMAR na "Parada do AMOR" em Berlim.

" O amor começa com um sorriso, cresce com um beijo e desaparece com uma lágrima!"

Que seja um sorriso lindo, um beijo enorme e uma lágrima bastante sofrida...

Colónia
2001/08/02
V

Pretende com esta seguinte série de várias crónicas dedicadas exclusivamente a espaços, incutir-vos parte do bichinho "viagem" que está sempre adormecido dentro de cada um.

Temos assim a primeira paragem num sitío profundamente enrraizado no meu coração, no fundo, no fundo, bem lá no centro. Nunca sentiram pertencer a um espaço e tempo errado, que a qualquer momento despertam para uma realidade anémica?

Bem, cada vez que o destino me empurra expontaneamente, para dentro dessa "capital" de felicidade, inundo a minha alma com todos os carinhos com que me posso presentear!

Me encanta las tapas en la Diagnonal, com uma mistura irresistível de pinchos moruno, pulpo á la gallega, calamares, gambas a la placha, uma infinidade de sabores que extasia qualquer palato.

Me encanta las rebaxas n´el passeo De Gracia, que envergonhadamente despendemos estúpidas quantias rápidamente, consumindo até ao último tostão as economias de vários dias!

Me encanta la locura del puerto olímpico, em que mergulhamos num espaço extra-terrestre e surreal. Aqui não há países, tempo, espaço! Só "movida" e alegria.

Me encanta el sol e las playas, aquele mar quente em que mergulhamos durante horas, e esquecemos que existe vida depois do banho!

A cultura espanhola está cheia de expressões fascinantes, que exprime eficazmente o estado de espírito de cada um de nós. Em especial o calão, está presente em todas as frases admiráveis que os espanhois nos presenteiam. Tentem estar atentos a algumas conversas pois é muito divertido.

A fauna é maravilhosa, uma cidade para todos os gostos. Alegram-se os olhos com as maravilhas que pairam nessa cidade. Igualmente neste campo aprendi algo novo com um amigo meu, "..não interessa onde ganho apetite, desde que coma em casa"... Enfim algo para discutir posteriormente, a dieta é algo não natural!

Vários são os locais no mundo que encanta qualquer mortal, mas penso que a cidade de Gaudi estará para sempre junto do meu coração. Se não é o local perfeito para se viver, estará bastante próximo da perfeição.

Hoje não vos desespero com concelhos sobre leitura, simplesmente desperto a vossa curiosidade para o novo CD dos "Jarabe de Palo". Fantástico! Deliciem-se com as letras e vibrem com o ritmo... Esta mui bien.

SALUDOS PARA SIEMPRE BARCELONA.........

" Hoy el mundo ha dao otra vuelta pero nadie me ha avisao"
Jarabe de palo - de vuelta y vuelta

Paulo Rua
Colognia - 2001/07/19
IV

Perdoem-me caros amigos a ausência prolongada dos meus desvaneios incoerentes! MIA CULPA...

Para alguns um bravo descanso, para outros alguma saudade encorada num porto longínquo. Por onde começar?
Pelo ínicio claro, não da minha vida pois aí virá o livro...

Durante um dos muitos fins de semana "esticados" que tivemos recentemente, resolvi deliciar-me com um dos meus passatempos favoritos, viajar! Perdão, conhecer! Decidi na companhia de um "amigo" português que encontrei em colónia, visitar Copenhaga. Claro que adorei a cidade, um "shaker" europeu e americano, tudo bem batido com bastante gelo escandinavo. Pernoitamos num dos imensos "private acomodations" que aí existem, conceito ainda não existente em Portugal, e que não passa de dormir numa casa particular em que alugam alguns quartos aos turistas. A primeira ideia que surge no nosso querido país é: Que horror, alugar a minha bela casinha aos turistas!!! A ideia chegará daqui a uns anos como todas as outras.

Com uma cidade maravilhosa para visitar (aconcelho-vos o porto, a cidade multicultural, os maravilhosos sítios para passear junto ao mar, os castelos fabulosos fora da cidade, enfim uma semana!!) tudo teria um final feliz excepto pelo facto de a minha vida ter totalmente desaparecido quando um brilhante amigo do alheio resolveu aliviar-me do peso enorme da minha carteira!
Não podem imaginar o sentimento de "violação" que se revolta dentro de nós. TUDO, FOI TUDO!!! Ficas sem identidade, sem dinheiro, sem passado, sem futuro.....E quando pensas na pessoa que fez isto!! "Qe te folle un pesch espada" Como um amigo meu espanhol diz, e perdoem o meu espanhol. No final, vale a pena visitar a cidade, é tudo bastante caro ( uma cerveja no mínimo 1000 "paus" num bar normal) a noite é muito americanada com musica ao vivo (essencialmente guitarra) em quase todos os bares, com umas "deusas" nordicas a servir para condizer....Levem muito dinheiro e boa disposição! Inglês na ponta da lingua, claro! O Hard Rock Café é "Baril"...

Assim, depois de me aventurar a conhecer novos país, resolvi no seguinte fim de semana, partir à descoberta da minha nova casa, Alemanha! Peguei no guia de sugestões do Lonely Planet que o meu companheiro de viagem espanhol tinha, e decidimos após ponderada reflexão (moeda ao ar) ir conhecer o Vale do Mosell. Para algum esclarecimento geográfico, um rio afluente do Reno que desagua a poucos quilómetros de Colónia. Bem, com uma ressaca fabulosa (sexta é noite é complicado, até em colónia, com a companhia de duas garrafas de espumante reles e mais.....) partimos no sábado de manhã na aventura Mosell.

Caros amigos, é um sítio fabulosos!!! Tudo o que imaginam da alemanha antiga está neste vale, castelos inacreditávelmente belos, vilas promenorizadamente arranjadas,mosteiros perdidos no tempo, enfim um sem número que sítios sempre com a companhia do nosso querido amigo Baco. Pois, esqueci-me de vos dizer que este vale á famoso pela produção de vinho. Claro alemão, mas não se pode ter tudo...

Assim no final do dia escolhemos repousar numa pousada de juventuda que antigamente fazia as delicias de cavaleiros e donzelas, com um mágnifico restaurante em cima da muralha onde se podia avistar grande parte do vale! Descemos para a cidade pelas colinas viniculas, e resolvemos assentar num típico "tasco" alemão bastante antigo, no qual deliciamo-nos com uma prova de vinhos inédita. O vinho é bastante frutuoso, e algum mesmo doce, mas "despues del la 3 copa, va todo!"
Após alguns (leia-se muitos) copos de vinho ingeridos, decidimos que a amostra de tampas que nos tinham presenteado não chegava para satisfazer 1,70 m de .....pessoa. Optamos por um restaurante grego! Gyros, toda a gente conhece, agora, tivemos a infeliz ideia de com toda a sabedoria vinicula que tanto eu como o espanhol possuimos (escolhemos o nome mais bonito) encomendar um mágnifico vinho....DOCE! Meu deus, que coisa horrivel. Eu já anteriormente tinha ouvido falar do famoso vinho grego (por entre sonos nas aulas de história), mas não esperava isto.

Entretanto resolvemos dar um volta pela cidade, depois de uma "beach Party" under 20, ainda por cima feias, passeamo-nos pelo centro da cidade. Foi aí que num episódio digno de "Twilit Zone" saí de repente uma mulher do bar, começa a falar alemão (nenhum de nós fala alemão) e dá-me um numero de telefone com um nome escrito, Katerine penso! A insistir para ligar! Liguei mas ninguêm atendia.... Ainda tentamos falar com a mulher mas nada! Enfim, no dia seguinte visitamos Trier, que fica cerca do Luxemburgo e têm bastantes ruínas romanas para visitar.

Bem, ainda tenho mais aventuras para vos presenter, no entanto dada a extenção desta crónica remeto para futura oportunidade, e assim "aguço" a vossa curiosidade.

Para finalizar, aconselho-vos dois "pequenos" livros que um grande amigo me recomendou, e com bastante acerto!

Primeiro, "A casa dos Budas Ditosos". Um livro totalmente escrito em Brasileiro, que o autor diz basear-se num diário que uma Sra. Brasileira lhe enviou anónimamente. Posso-vos assegurar que é absolutamente delicioso e escandaloso! A dita Sra. relata numa linguagem bastante grosseira, banal e pornográfica, as suas várias eventuras sexuais desde que a sua memória lhe resalva. Pouco aconselhável a pessoas bastante púdicas e muito recomendado para aquel(e)as que desejam alargar os seus horizontes! Alêm de ser muitissimo engraçado, claro! E fala bem dos portugueses: "..ao contrário do que se possa pensar, em Portugal fode-se muito bem!..." Até que enfim que se diz algo acertado no Brasil...

Segundo, "O silêncio erótico das mulheres casadas". Este livro pode ter duas interpretações bastante antagónicas para os homens. Por um lado aprender que de alguma forma, durante todas as relações pessoais, por vezes a mulher reprime os seus desejos e sonhos para assumir um papel de esposa perfeita e supermulher. Um aviso para todos tentar perceber que por vezes temos de solucionar os problemas e não deixar andar.
Numa outra perspectiva, é tempo de se assumir o facto que as mulheres não podem se esconder mais na imagem de esposa angelical. Tambêm cometem erros, e muitas vezes a farsa será pior quando a hipócrisia predomina.
Como é um estudo, poderá tornar-se um bocado chato a partir do meio pois torna-se repetitivo, no entanto convêm ficar com a ideia que nos estudo efectuados nos Estados Unidos, 40 % Homens e 30% das mulheres praticam sexo extra-conjugal, entre as quais 20% é antes dos 30 anos e nos primeiros 5 anos de casamento.Malandras!!!

Até breve caros amigos, "Höi dö"


Paulo Jorge Rua
Bruxelas - 20-06-2001
III

Porque será que fomos criados com uma perspectiva de longinquidade aparentemente enganosa. Passo a explicar! Hoje quando sobrevoava o nosso mágnifico País, PORTUGAL, deliciei-me com a nossa vista costeira maravilhosa! O cabo de peniche (Péniche para um amigo meu), a baia de São martinho do Porto, etc... Nesse momento verifiquei que todas estas coisas maravilhosas são ao mesmo tempo colossais! ENORMES e abissais para quem se projecta numa escala 1:1 com todas estas realidades... No entanto a mim parecia-me que o laguinho sobre os meus olhos redescoberto não passava de um simples entretenimento para patos!
Neste momento estarão vocês a dizer "...este maluco endoideceu!Que seca...". Antes deixem-me relembrar-vos que a grandeza de qualquer problema reside na próximidade com que encaramos os factos, deste modo é mais fácil resolver problemas quando estamos longe, no avião por exemplo! Mas sempre que algo próximo nos encara, tendemos a edificar arranha-céus idílicos. Se fomos criados com esta sensação de distância, temos de tirar partido dela e projectarmo-nos mais distantemente dos problemas cada vez que eles surgem. O ponto de vista tende a melhorar, acreditem...
Mudando de assunto, gostaria de vos dar uma palavra sobre um depoimento que a concorrência pôs a circular estes dias (o amigo Miguel Sousa Tavares, com toda a humildade claro). Toda a gente críticou e reclamou mas viu o novo look da Lilly Caneças. Para aqueles nossos amigo(a)s "emigras" mais ausentes, a nossa jet-set Super Tia renuvesceu 40 Anos sem exagero!!! Fez um Peeling Quimico como se fartou de pormenorizar no Herman, crosta daqui, laser dacolá, etc...
No entanto, a verdade é que do pescoço para cima ela está melhor que a filha ( e esta cheia de inveja já tratou de dizer que vai fazer o mesmo daqui a uns anos, é melhor já!). Voltando ao nosso amigo MST, este salientou e com toda a razão que as notícias hoje em dia são ditadas pelo público. A estes são oferecidas todas as emoções, todas as fantasias e protagonismo que os próprios gostaria de saborear.
Tal como o José que chega a casa depois de um dia a ouvir o encarregado despejar todo o seu vocabulário calão sobre o árduo trabalho, e a Maria ( tinha que ser, mas eu adoro o nome) que deixa a fábrica sem sequer deslumbrar um ínfimo desflorar de sol! Sentados depois de um repasto rotineiro, ligam a televisão e verificam que: Na Turquia raptaram 10 pessoas sem qualquer motivo aparente, no Peru abateram um avião com missionários por engano, na África do Sul matam cada vez mais pessoas e o Governo não faz nada, a china preocupa-se a acusar os EUA de arrogantes pois estes não pedem desculpa pelo incidente dos aviões, e no entanto eles esquecem-se de pedir desculpa ás milhares de famílias que massacraram na Praça de Tiannamen!!! PORTUGAL meus amigos, encontra-se em 148 no ranking de dívida externa e somente ultrapassados pelo Libano e Malawy (dica do professor Marcelo Rebelo de Sousa)...
MAS, eis que de repente aparece a maravilhosa Super Papa Meninos Bonitos Tipo Excesso, e devolve-lhes o sonho, o riso, a crítica, O VIVER! " Não se vão já embora pois assistiremos em directo aos preparativos de casamento da Verónica e do Sérgio" (para os mais distraidos, BIG BROTHER em directo) E rotulam os políticos o povo de banais, medíocres e abstémios da vida política! Desculpem se o crescimento económico anual ficar longe dos 3 % anunciados (2% e se...), se a PT anda de namoro com a filha do presidente de Angola, se......enfim estamos todos fartos de más notícias! Será que a Super Tia já anda a facturar?!

Acabei hoje de lêr "Conversas com Paulo Coelho"! Existem dois tipos de sentimentos antagónicos com este Homem, ou se adora ou se detesta. Sou seu defensor assérrimo pelos defeitos e virtudes. Escreveria um livro hoje defendendo e contrapondo as suas ideias! No entanto prefiro despertar a vossa curiosidade em lêr com o espírito aberto qualquer um dos seus livros! Uma dica, começem pelo alquimista, já mudou a vida de muitas pessoas...

" Is thy love a plant of such weak fibre that the treacherous air of absence withers what was once so Fair?"

William Worosworth



Paulo Jorge Rua
Trofa - 2001/04/25
II

PERDI O AVIÃO !!!!!

Confesso-vos com uma cumplicidade tímida e desabafo entorpecido que perdi .....o avião.
Entre milhares de coisas absurdas e inóspitas que durante 29 anos andei perdendo, hoje perdi um avião. Ontem, perdi o cinema no arábida, o swing ao domingo, o famalicão a jogar, as conversas com os meus pais, a viagem até á figueira...

Toda a nossa vida é feita de percas e ganhos, e no fundo o balanço final deverá ser positivo para acharmos que terá feito sentido esta batalha. ERRADO, ERRADO...blá blá blá....
Será que andam a verder felicidade, amor e amizade na mercearia do Sr. Manuel lá na esquina e não me disseram nada. "Ó sr. Manuel, ontem levei 3 kilos de desgosto amoroso que me fez mal, veja lá se me arranja hoje 4 de paixão avassaladora!" E se a paixão está estragada, e se o desgosto até nos fez bem ?

Vivam.... vivam a dor, vivam a paixão, vivam os telefonemas proibidos, as esperas infinitas, os calculismos premeditados, as apostas falhadas, os desafios superados. Vivam, vivam tudo! Não deixem que ninguêm os vá viver por vocês!
Como se pode dar valor á água se não passares pelo deserto, á vida se não perderes ninguêm próximo, ao amor se não sentires que o teu coração vai explodir de tanta dor como uma castanha debaixo do fogo altivo de uma paixão...perdida!

Esta vida assemelha-se a uma assustadora prova de ciclismo nos pirinéus, assim que ganhamos um prémio de montanha, aparece uma descida vertiginosa e ficamos sem travões! PUM.....A vantagem está naqueles que pegam na bicicleta ás costas e começam a subir a próxima prova, nunca sabendo se o carro de apoio chega!

Claro que nesta vida saudosista e aventureira sinto falta dos vários retalhos com que foi construindo a minha boneca de trapos. Sinto falta dos jantares prolongados no Arquinho do Castelo onde descobri o prazer do bacalhao com natas e planalto fresquíssimo, das companhias interessantes e até mesmo dúvidosas nas noites do Via Rápida, do café no Ourigo segredando ideias preversas, o cheiro do mar da figueira escondido atrás de um nevoeiro misterioso envolvendo enamorados e desgostosos, dos banhos e caracóis com finos em Buarcos no final do dia, das loucuras que por vezes primava partilhar em locais o mais inóspitos possíveis, da companhia do champagne em aventuras fugídias, do prazer da lareira e do vinho tinto em noites de erotismo renegado, das conversas embriagadas no zé que com fulgor questionava a própria existência e partilhava goles prolongados de sabedoria popular.

Será mais fácil por vezes partilhar convosco os fins de semana cobertos por um manto branco e coragem desmesurada em cima de uma simples tábua, ou vagabundeando por entre monumentos e memórias de uma guerra absurda em Berlim. Os bares e similares locais de ócio novos que descubro a uma passagem de "Quartz", a graciosidade de descobrir todos os dias algo que inicialmente desconhecia-mos existir em nós. Mas todos sabemos que as raizes do fado estão sempre presentes no nostálgico velho do restelo existente dentro de cada um de nós.

Hoje queria dar um grande abraço á VIDA. A quem por ela luta, ama, sofre e acredita. Bem-vindos os que chegam e abençoados os que partem! Junto deles estará sempre o nosso coração.


" Ah, um minuto inteiro de felicidade! Mas não basta isso para encher a vida de um homem?"
Fédor Dostoievsky, Noites brancas

Paulo Rua

Colónia 26-03-2001
I

Neste momento sinto que devo partilhar convosco um pedacinho da vivencia entre gares e cidades com que preencho actualmente o meu quotidiano. Até porque desta forma, reduzo drásticamente o numero de vezes que tenho de papagaiar cada vez que a terras saudosas retorno. Parafraseando uma grande amiga, "...nunca dás ponto sem nó!!!".

É deveras peculiar como num mesmo espaço se consegue reunir espécimes tão destintos que reunem um único ponto em comum, ninguêm pertence aqui! Existem os natos que anseiam fugir, os viajantes que desesperam por chegar a casa e os aventureiros que ambicionam um destino irreconhecido.

Seja como fôr, este é um espaço triste!!! Já repararam como ninguêm sorri num aeroporto, e no entanto, toda a gente alegra-se por dizer " ...vais viajar? Que sorte!" sorte! SORTE??! Enquanto o Mr. Spock não recriar a teletransportação nos nossos dias, continuarei a manter uma posição amorfa quanto a este assunto. Sorte não é viajar, é chegar ao destino!

Por falar em destino, de facto a Suécia é um caso sério de beleza. Incrível como num país rotulado "FRIO" existe tanto calor humano. Enganam-se aqueles que repreendem as minhas palavras com pensamentos....SABOROSOS! Refiro-me mais propriamente a uma afabilidade comum e invariávelmente presente nas várias pessoas que encontrei.

Mas eis que na diferença espacial de uma linha, acordamos em Copenhaga. Para alêm do jeep vestido de zebra temporáriamente e harmonicamente decorado com 4 belas descendentes VIKINGS (dou sempre comigo a pensar que nasci na época errada), postrado no hall principal, tenho-vos que confessar que fiquei manifestamente surpreendido com a beleza deste pousadoiro. Está-se bem, está-se está-se....

Seja como fôr, chegamos finalmente a casa, ou seja a Köln para os mais poliglotas. Antes permitam-me que lhes retrate mais um episódio repetitivo que presencio em todas as minhas viagens, um desafio á capacidade organizativa e imaginativa que os seres humanos enfrentam nos dias de hoje....A refeição a bordo!
Já tentaram estar atentos os pormenores com que os diversos "KASPAROV´s" com mestria enfrentam ,com verdadeiro prazer esta batalha titâtina? Passemos então a tentar ilucidar os mais desantentos com as dificuldades enfrentadas neste jogo de movimento e estratégia. Assim que chega o tabuleiro, retiramos os talheres do envólucro e o primeiro desafio começa: Onde colocar o plástico? Os mais rápidos de raciocinio colocam-no onde estava anteriormente..Lógico não! Depois é a vez da tampa do prato principal, como, onde porquê....a tampa da salada, chegou as bebidas!! Piorou bastante, não! "Alguêm quer pão?"- Claro que quero mas onde o meto? Bem, vamos relaxar um bocado e com jeito colocamos tudo a monte ou debaixo do tabuleiro. Tomamos o café (fica na mão pois não há mais espaço) e esperamos infinitamente que a hospedeira nos venha dizer que a partida de xadrez chegou ao final. VENCEMOS, UFA.

Apesar destas pequenas desavenças com que várias vezes me debato, devo confessar que delicio-me com estes pequenos pormenores!!!


"Existem duas grandes desgraças na vida: Quando desejamos muito uma coisa, e quando a conseguimos!!!" MARK TWAIN.


Repuxados beijinhos e abraços prolongados,


Paulo Rua

Colonia 15-03-2001
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Caros amigos e amigas,


Pretendo com este espaço abrir lugar ao pensamento ponderado e diversificado sobre aspectos culturais, sociais e sentimentais. Com uma grande presunção para alguns mas com um sonho sempre presente no horizonte, proponho-me fazer juz ás 3 normas declinativas do sentido de vida do homem: Plantar uma árvore, escrever um livro e fazer um filho.

Inicio assim um prospecto literário cujo objectivo culminará num crescimento gradual e partilhando com aqueles cuja opinião gosto de preservar, enriquecer e até mesmo confrontar aquele meu pequeno e significativo universo.

Tal como uma minha professora um dia me partilhou, o segredo do sucesso numa prova, qualquer que ela seja, é começar por aqueles desafios que mais sentimos poder vencer. Para aqueles que mínimamente me conhecem, compreendem este principío incriminatório...só faltam dois!

De vós pretendo apenas uma crítica participativa, quer ela seja positiva ou negativa a vossos olhos, pois para mim será sempre um enriquecimento pessoal enaltecido com a direcção de onde terá surgido.

Certamente vos questionarão dúvidas acerca dos motivos para tal decisão e mudança de quotidiano. Asseguro-vos que nada terá a ver com principios melancólicos que por vezes nos assolam a alma. Pelo contrário, devo-vos confessar que tirei alguma inspiração nas "crónicas da margarida", não da Margarida Ochoa que de certeza terá MUITO BOAS CRÓNICAS PARA PARTILHAR, mas nas da Margarida Rebelo Pinto... De repente num Hotel algures perdido na Suécia, dei por mim a sorrir sozinho e com vontade de partilhar alguns momentos mágicos com aqueles que sinto partilhar mais do que a própria existência.

No entanto sei que neste objectivo ousado, tal como todos aqueles que sempre me propus, o que me abunda de ideias, sentimentos e situações, peca por falta de conteudo literário, até mesmo deslizes grosseiros que fariam corar de vergonha a minha querida professora de Português. Para este facto peço-vos compreenção e até mesmo criticas incisivas e ferozes.

Hoje pretendo apenas partilhar este futuro projecto com todos vocês, as únicas regras que me propus estabelecer foram as de conteúdo, será sobre o que me apetecer, de periocidade, será quando me apetecer, e de partilha, será quando vos apetecer.

Desejo criar com vocês uma relação de cumplicidade e partilha, sabendo desde já que alguns nunca poderão dar o seu contributo conforme querem por motivos temporais (eis um tema interessantissimo para partilharmos de futuro), no entanto saberei desde já não incriminar nem segregar aqueles que com mais dificuldade tentam alimentar a minha sede de conhecimento.

"Mas há ainda uma outra espécie de corações, os corações hospedeiro, que sabem receber e fazer sentir os outros corações como se estivessem em casa, que dão e aceitam amor sem se fixarem, que tratam cada passageiro como se fosse o último, enquanto procuram o seu coração gémeo, sempre na esperança secreta e nunca perdida de um dia deixarem de viajar e sossegarem para a vida"

Margarida Rebelo Pinto - Corações ao Alto



Saudades e carinhos infinitos,


Paulo Rua

Gotembörg 13-03-2001