quinta-feira, março 23, 2006

I

Neste momento sinto que devo partilhar convosco um pedacinho da vivencia entre gares e cidades com que preencho actualmente o meu quotidiano. Até porque desta forma, reduzo drásticamente o numero de vezes que tenho de papagaiar cada vez que a terras saudosas retorno. Parafraseando uma grande amiga, "...nunca dás ponto sem nó!!!".

É deveras peculiar como num mesmo espaço se consegue reunir espécimes tão destintos que reunem um único ponto em comum, ninguêm pertence aqui! Existem os natos que anseiam fugir, os viajantes que desesperam por chegar a casa e os aventureiros que ambicionam um destino irreconhecido.

Seja como fôr, este é um espaço triste!!! Já repararam como ninguêm sorri num aeroporto, e no entanto, toda a gente alegra-se por dizer " ...vais viajar? Que sorte!" sorte! SORTE??! Enquanto o Mr. Spock não recriar a teletransportação nos nossos dias, continuarei a manter uma posição amorfa quanto a este assunto. Sorte não é viajar, é chegar ao destino!

Por falar em destino, de facto a Suécia é um caso sério de beleza. Incrível como num país rotulado "FRIO" existe tanto calor humano. Enganam-se aqueles que repreendem as minhas palavras com pensamentos....SABOROSOS! Refiro-me mais propriamente a uma afabilidade comum e invariávelmente presente nas várias pessoas que encontrei.

Mas eis que na diferença espacial de uma linha, acordamos em Copenhaga. Para alêm do jeep vestido de zebra temporáriamente e harmonicamente decorado com 4 belas descendentes VIKINGS (dou sempre comigo a pensar que nasci na época errada), postrado no hall principal, tenho-vos que confessar que fiquei manifestamente surpreendido com a beleza deste pousadoiro. Está-se bem, está-se está-se....

Seja como fôr, chegamos finalmente a casa, ou seja a Köln para os mais poliglotas. Antes permitam-me que lhes retrate mais um episódio repetitivo que presencio em todas as minhas viagens, um desafio á capacidade organizativa e imaginativa que os seres humanos enfrentam nos dias de hoje....A refeição a bordo!
Já tentaram estar atentos os pormenores com que os diversos "KASPAROV´s" com mestria enfrentam ,com verdadeiro prazer esta batalha titâtina? Passemos então a tentar ilucidar os mais desantentos com as dificuldades enfrentadas neste jogo de movimento e estratégia. Assim que chega o tabuleiro, retiramos os talheres do envólucro e o primeiro desafio começa: Onde colocar o plástico? Os mais rápidos de raciocinio colocam-no onde estava anteriormente..Lógico não! Depois é a vez da tampa do prato principal, como, onde porquê....a tampa da salada, chegou as bebidas!! Piorou bastante, não! "Alguêm quer pão?"- Claro que quero mas onde o meto? Bem, vamos relaxar um bocado e com jeito colocamos tudo a monte ou debaixo do tabuleiro. Tomamos o café (fica na mão pois não há mais espaço) e esperamos infinitamente que a hospedeira nos venha dizer que a partida de xadrez chegou ao final. VENCEMOS, UFA.

Apesar destas pequenas desavenças com que várias vezes me debato, devo confessar que delicio-me com estes pequenos pormenores!!!


"Existem duas grandes desgraças na vida: Quando desejamos muito uma coisa, e quando a conseguimos!!!" MARK TWAIN.


Repuxados beijinhos e abraços prolongados,


Paulo Rua

Colonia 15-03-2001

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