VIII
Hoje paramos para olhar um bocadinho em redor do nosso humbigo. A tentação de olharmos só para ele é muita certamente, no entanto procurem desviar a atenção para os pedaços desventurosos e tardiamente apreciados que giram á sua volta.
Cariciosamente denotamos vida, alegria ou até mesmo palpitação teatral eufusivamente celebrada. Existe, é verdade, existe vida para alêm do humbigo...Como é possivel, séculos de ignorancia repressiva e falsamente alimentados? Existe é verdade!!!
Por vezes, quando a nossa banal existência nos prega uma retardada partida, revemos precipícios e labirintos que julgamos nunca poder sair. Errantes estaremos, ao viver á procura da porta, trepar escarpas abissais na escalada do infinito.
Não, não existe saida, não existe ponte para um mundo melhor!
Já passaste a saída, estás com aqueles que gostas, que partilham a dor, a saudade e o desespero. Esta será sempre a tua liamba pendurada num ramo podre, ameaçando partir qualquer deste dias de maior tempestade! Mas quando partir, saltarás para a próxima porque a queda será sempre
intemporal até segurares a próxima corda.
Vivemos nesta pequena esfera azul de ingratos, onde questionamos diáriamente o valor das nossas acções. Questionamos a amizade porque o telefone demora a tocar, questionamos a boleia cujo atraso poderá destruir 10 minutos de futebol, questionamos o dinheiro porque o alheio será sempre sobrevalorisado, questionamos o amor porque a distância será sempre amargurada...
No entanto ao ligar recebemos um saudoso abraço, no final do caminho somos surpreendidos e o respasto está soberbo, o papel desfalece entre consumismo fútil e a distancia nunca enclausurou o coração...Tudo isto por um maravilhoso e magnificiente HUMBIGO...
"Não procurem alguêm com quem consigam viver,
Procurem alguêm que não conseguem viver sem..."
Paulo Jorge Rua
10 000 mtrs algures sobre frança, 22 Novembro 2001
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